terça-feira, 26 de janeiro de 2010

as formigas dançam ali, naquela parede amarela, as formigas pretas estão ali, numa apresentação, as formigas estão ali, formadas em filas distorcidas, alegres, dançando, as formigas vão se despedir de mim, elas arranjaram o que comer, passam agora rumo ao terceiro andar da mesma parede, param quando uma mão tenta chamar a morte para uma bailarina ou bailarino, mas o balé funciona em desmembramento conjuntural, umas dançam aqui outras ali, e enquanto a mão chama a morte ligeira daqui uma formiga baila ali, as luzes se apagam e elas continuam; antes de pisarem no palco pintado de amarelo e inclinado verticalmente rumo à expansão do equilibro, elas pisaram no azul acetinado de uma asa, cheinha de pó brilhante e acetinado, essa asa fora de uma borboleta alegre que de tanto voar, cansou-se e chamou sua própria morte, talvez antes da hora, talvez já em cima da hora, a borboleta se jogou na poça de agua lá no verde quintal , o balé, avistou o pouso eterno e foi apresentar-se sobre o palco tão bonito, dançaram, bailaram, se alimentaram, carnes, azul, pó, dança, giro natural, as formigas subiram pro terceiro andar

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