domingo, 30 de agosto de 2009

Ao amor


não é em um endereço comprado que eu vou morar.
As bolas do arraial da santa que dá entraram em meu estômago sem pedirem permissão.Todas as manchas do suor fétido de um vendedor de brinquedos falso devoto fizeram meu sangue ganhar novas texturas, texturas artificiais. Fogos de artificio benéficos estouram sons não programados no céu da boca daquele que pediu mais que 4 paredes, pediu um templo, e,ganhando oito paredes leva um anjo pro mar, só pra agradecer a santa que dá.
10 Flores penduradas em varais ambulantes são vendidas no final da festa por 1 real, as flores procuram paus de fita pra serem amarradas, elas são ponte de pedidos feitos de boca calada por causa do nó que a garganta sofreu.
as cores e a espécie não importa!
Só o que importa são as lágrimas que velas de 1 metro apagadas choraram. Só o que importa é a força brutal dos interesseiros que puxam corda do seu enforcamento. não há braço, peito, perna ou até coração de cera com cor de lua cheia que engula o choro ao ver lírios mimosos voarem sob céus de mangueiras casadas com o chão. Não há!
Águas bebidas por mim e por eles são mais que lágrimas da humanidade que perdeu o cortejo o qual exalta o Amor, que num mar de seres divaga, navega na berlinda enfeitada de olhos: castanhos, negros, azuis, verdes.Verdes gramados hoje não são proibidos de pisar, hoje domingo, o céu fez questão de passar pelo chão e plantar verdes gramados onde minhocas com suas não patas e seus corpos cheios de anéis de noivados desmanchados fertilizam o tapete para os pés dos deuses passarem rumo a seus templos pessoais.
Aqui e ali tudo é passageiro,,mas há porens.Os negros poste de iluminação celestial cantam em um coral bem interligado e nos prendem , nos fazem armazenar acontecimentos vistos através do espelho de um balão que se jogou do alto de um prédio só pra enfeitar o ar quando o amor passou.
Todos pagam pra ver e sentir o amor passar. Eu já guardei no bolso da memória pisões e gritos no ouvido de carne, há quem pague o ingresso gratuito com pedaços de pele do joelho, e há os que agendam desmaios pra quando o elefante com muitas cabeças passar. Esse tem uma trombra que praticamente é so sentida, só é vista quando um forasteiro na província pede a santa pra ver e ela, faz seus filhos levantarem a tromba. É lá é levantada a cruz que um tal salvador carregou.
Eu carrego sobre essa cabeça minha e do mundo uma casa de is opor, to te pedindo, santa que dá, me dá uma casa igual essa, com paredes sem tempo,teto feitos de constelações raras chão batido por um realizador de sonhos e que na sala haja um armador pra minha rede de pesca predatória de infortunios naturais, quero um banheiro azul onde eu possa me deitar no ar e tomar banhos de mar saindo do chueveiro.
Peço-te santa que dá, ajude mais esse Deus construir seu templo, não desejo pagar com minha alma esse lugar de repouso, pois quero trazer mais que o corpo pro próximo círio. Me ajude santa que dá!

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